sexta-feira, 21 de março de 2014

Um dia comum

















E assim
Do nada
Uma súbita vontade percorreu a espinha
E achou morada num pensamento
Num compartimento secreto da alma
Num singelo desejo
Daqueles que... Sabe...
... Causam adoráveis surpresas
E foi corroendo a manta de rotinas
Desmanchando o concreto do momento
Sem traumas
Sem percepções
Suavemente
Rompeu o destino auto programado da existência
Respirei fundo
E sem entender 
Ou tentar entender
Sentei na sombra da árvore que estava diante de meus olhos
Não era tão bela
Tão frondosa assim
Era uma árvore entre árvores
Senti a relva mal aparada entre os dedos do pé
e um vento acariciando a nuca
Era um dia de sol meio nublado
Não era tão belo
Tão convidativo assim
Um dia comum de sol
Quase sem sol...
                            ...mas estava tão bom.


Mate o dragão


Mate o dragão
Arranque os diamantes do calabouço
Esbanje
Arraste sua alma para o meio da confusão
Grite
Carcereiros, carniceiros, chorosos...
Eu venci!
EU VENCI!
Medos, desejos, sociedade, eu...
Mate o dragão
Mate o seu dragão
Vista a sua armadura e marche afinado
Um traje emprestado não lhe cai bem
E a jornada é longa
Não chore
Mate...




quarta-feira, 12 de março de 2014

Olhos de Gaya

Como não se apaixonar
Pelos olhos de Gaya
Pelo jeito de Gaya
Pelo gênio de Gaya

Deita tua cabeça em meu colo 
Derreta-me
Pois não aguento mais encarar 
Vossos olhos negros
Pidões
Implorando afagos de minhas mãos

Oh Gaya. Acaricio seu peito
Mas não morda meus pés
Sabe...
Mesmo quando me perturba
Com teus escândalos altas horas da madrugada
Não zango contigo
Pois acho que você faz bem para mim

Oh Gaya. Não lute... Não fuja pelas ruas
Não me ataque em seus tensos momentos
Não maltrate as visitas
Não seja traiçoeira
Sabe que mesmo não devendo
Te exalto com carne
E gosto do som de suas unhas no piso do chão