quinta-feira, 5 de janeiro de 2012




Gargalhadas com a navalha no pescoço

O mundo não te pertence mais
Perdeu sua chance de mostrar valor
A infecção zumbi começou na "feirinha"
E o vírus propaga pelas ondas da TV
Você trabalhou tanto
Bebeu tanto
Dançou tanto
E deixou o poeta morrer de inanição
O vídeo vale mais que uma obra
E as redes sociais são sua fonte filosófica
A gargalhada infesta a rotina
Debochando do equilibrio universal

O fim está algumas esquinas à frente
E sobrevivemos sem saber que fingir é a nossa razão de viver
E fingimos tão bem...
Com coreografias e piadas alheias
Agora só falta perder o controle e começar a chorar
Quando o estuprador te encurralar num break comercial
Com seu suor ácido
Mãos ásperas
Sem carinhos, palavras doces ao pé do ouvido ou preliminares
Rosnando em seu cangote hidratado
Fazendo sua maquiagem se dissolver
Diante da realidade capitalmente construída
Esse é o seu mundo de risos falsos e dores ocultas
E você não pode fazer mais nada
Ou pode?

Ai se eu te pego. Ai. Ai.

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