A
ideia fixa, egoísta e ditatorial existe “igualzinha” na mente do conservador e
do libertário. E justamente esta é a característica humana que tanto trava a
evolução harmônica da sociedade. É cada um por si e ninguém por todos.
Existem
diferentes discursos, diferentes culturas e existem diferentes apontamentos de
caminhos para o progresso entre os estereotipados “populistas revolucionários
xiitas”, “capitalistas ricos” ou “coxinhas classe média”, mas no fundo todos
são pseudo-humanitários e coletivistas.
Não
vamos generalizar, pois existem as raras almas iluminadas que passam por este
mundo e nos honram com sua energia pura, agregadora e positiva. Mas fora os que
não sabem de nada, os “deixe a vida me levar”, a maioria finge para si mesmo e
para os outros que acreditam e defendem o bem comum, mas basta sentir o sabor
do mel do poder escorrer no canto da boca que não desejam mais largar o cálice.
É a famosa ganância, o ego humano, o vício de estar no centro, na crista da
onda, de estar certo. Adoramos ser
bajulados e que reine o EU sobre o NÓS, pois na hora do “vamos ver” é melhor
que o amado e temido seja eu, ou minha turma. E nessa hora o bem coletivo vai
para o ralo, porque defendemos nosso lado com intensidade, inclusive pisando
nos outros se for necessário.
Somos
humanos, somos farinha do mesmo saco, quase nunca percebemos a verdadeira essência
dos ensinamentos das religiões que seguimos e não visualizamos até onde vai a nossa
ilusão. Nossos princípios dependem de nossa visão de mundo, de nossas
experiências, de nossas leituras e infelizmente fomos criados assim:
competitivos, vaidosos e desconfiados.
Às
vezes batemos no peito e nos preocupamos demais com o homem simples que pode
facilmente ser manipulado pelas estruturas dominantes de poder. Defendemos que
ele precisa ser educado e conscientizado, que a culpa de muitos problemas
sociais derivam de sua falta de discernimento da realidade. Mas o que dizer dos
ditos intelectuais que também perpetuam esta cadeia de caos. A cegueira crítica
não tem status, o “ser deslumbrado e enganado” parece estar presente em nosso
DNA.
É
cada um com a sua ideologia, paixão, fé ou loucura.
Com
relação a senso de coletividade, a grande maioria é tão troglodita quanto uma torcida
fanática de futebol ou extremistas religiosos. São radicais em seus
posicionamentos e não visualizam os meios termos, apenas defendem com
argumentos mais ou menos elaborados a sua cegueira.
Pode
ser necessidade de sentir-se parte de algo maior, de um grupo, de sentir-se
importante perante a sociedade, de ser o líder dominante, de saciar a dúvida de
estar cumprindo seu plano terreno ou puro narcisismo. Pode ser muita coisa da
complexa “insociável sociabilidade humana”.
Valorizamos
o que conhecemos, o que julgamos nosso e menosprezamos o alheio. Queremos mesmo
é mandar! Não existe discernimento, bom senso, apenas passos firmes numa marcha
pré-ensaiada rumo à vitória. A minha vitória. A vitória de meus interesses. Mas
quase nunca a vitória da humanidade e do coletivo. E creio ser este o grande aprendizado
que necessitamos: conviver harmoniosamente com o próximo e com o ambiente que
nos cerca.
Analise
bem, são tempos confusos. Quase nunca sabemos onde a verdade realmente está, quem
é mocinho e quem é bandido neste globalizado e moderno mundo. Acabamos agindo
por impulso e, muitas vezes, nos posicionando erroneamente.
A
gente fica aí, brigando nas tribunas, nas urnas, nas redes sociais e brigando
para sobreviver. E a mídia jogando gasolina, buscando audiência e lucro
enquanto esquemas públicos e privados rolam soltos. Nada muda porque é muito
interesse e muita alienação.
Na
política é assim também. Partidos são quase iguais porque são compostos por
pessoas. Podem até possuir diferentes ideologias e propostas de gestão, mas vão
acabar beneficiando as suas pessoas e as suas alianças em detrimento de uma
cidade, de um estado ou de uma nação. Sempre foi e provavelmente sempre será
assim. A não ser que aconteça uma verdadeira revolução cultural, uma profunda
mudança no sistema e que as pessoas deixem de ser menos bairristas, menos
hipócritas e menos aproveitadoras.
Ainda
não há vacina para nossa arrogância, para nossa maldade. Mas por sorte existe
educação, belas artes, filosofia coletiva, fé e amor ao próximo. Sempre há
esperança. Existe gente do bem tentando e uma nova geração pode ser formada com
novos valores. É nisto que devemos focar.
Precisamos
de pessoas menos cegas por seus ídolos, sejam eles da música, da TV, da ciência,
da religião ou da política. Precisamos bajular menos e cobrar mais resultados
dos gestores públicos, independentemente de suas origens. Precisamos ser menos
barraqueiros e mais agregadores, pensando harmoniosamente e coletivamente por
soluções que beneficiem a todos. Precisamos aprender a nos colocarmos no lugar
do outro, de suas dores, de seus sentimentos, aprender a conviver com novas
culturas. Precisamos aprender a querer ver todos felizes e não apenas nos
beneficiarmos da exploração dos recursos naturais e das pessoas.
Vamos
sonhar por uma sociedade melhor. Pode ser utopia, mas eu sonho.
Muito bom, brother. Disse tudo. Falta mesmo cultura e educação pra essa gente egoísta. Parabéns pelo blog!
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