Bem típico
Ela sonha em voar alto, tocar o sol
Mas não lembra onde escondeu suas asas
Resolve fugir com mais um
gole, acende um cigarro
E diz que vai mudar, mas
mudará amanhã
E já tem tudo planejado
Hoje tem de degustar sua
embriagues
Então me manda ir embora, me
xinga
Grita com as paredes, começa
a chorar
E logo, implora para que eu
volte
Ela jura que o mundo está
contra ela
Ela fala que não confia nos
seus amigos
Ela fala que os homens não
valem nada
Ela promete que vai mudar de
cidade
Ela fala qualquer merda e já
nem lembra o que falou
E de repente se cala, não
fala mais nada
Fecha a válvula de escape e
inunda as suas ilusões
Com todo o seu lixo
Vive em eterno conflito
Da brisa ao furacão, do
furacão a brisa
Sendo a brisa mais perigosa
O auto inferno de
pensamentos
Onde alimenta os seus
demônios
Nada é real, um mundo de
fantasias
Um mundo perverso que
dissipa a realidade
Tornando tudo ruim, insípido
Que encontra numa mente
vazia
Um campo fértil para crescer
A brisa é imprevisível e
explode a qualquer instante
Ela tenta traçar caminhos
sem sabe o que busca
Faz de conta que não percebe
que é a criadora de suas angústias
Preferiu ser uma embalagem,
um rosto lindo, sem expressão
Consumido por um mundo de
futilidades
Engolido por fantasmas
alheios que assombram sua ignorância
Ela nunca procurou conhecer
a si mesma
E tentar descobrir que todos
são iguais
As mesmas forças
Os mesmos medos
Não existem vítimas, só destinos e
responsabilidades
Ontem ela veio até mim, clamando
por socorro
Olho para ela
Penso em beijá-la
Perco o tesão
Desisto
Percebo que o seu olhar é
tão vazio, vago, distante, triste...
Não consigo parar de
encará-lo
Imagino ela tomando rios de
remédios
O futuro deve tê-la
reservado uma depressão
Sinto vontade de rir, me
contenho e volto aos seus olhos
Penso no que vou falar. Mas
o que eu posso dizer?
Se não sei como amá-la ou
simplesmente
Não sei se cheguei a amar
algum dia
Os antigos já diziam
Cabeça vazia é a oficina do
diabo
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