quinta-feira, 12 de junho de 2014
A saga de Anibal II
Anibal decidiu chutar o balde
Daquela dúvida cósmica existencial
Daquela imensidão descabida e (des)sabida
Caiu nos livros, nos cursos, nas artes, nas pessoas, no mundo
Viajou... Efervesceu
Anibal evoluiu
Tirou os cadeados dos porões mentais
Libertou seus dragões
Ganhou respeito, ganhou oportunidades
Ganhou cabelos brancos
E já não sorri mais de qualquer piada social
Só que Anibal se assustou
O mundo não é feito de pêssegos com nata
É complexo, confuso, perverso
Suas respostas geraram novas dúvidas
Suas dúvidas e descobertas geraram novas dores
Desconfortos cada vez maiores
O vazio não se dissipou
Anibal desejou que o mundo voltasse a ser apenas um lote para carpir
As ervas agora são muito mais daninhas
Como cantam os Ramones "Ignorância é felicidade"
Pode até ser
Não é Anibal?
quarta-feira, 11 de junho de 2014
Na contramão do coração
Onde você se encontra?
Por que estamos aqui?
Qual o sentido de tudo isso?
Por que acordamos todos os dias e vagamos por aí?
Cada qual com seu conforto
Seus caprichos
Suas lutas
Sua escravidão
Raro é tomar os rumos da própria história
Cortar os laços da marionete
Gritar a própria verdade
Vale a pena?
Sobrevivemos
Contamos centavos
Comemos sobras
Ou deixamos restos para os outros
Passamos bem
Passamos mal
Não nos importamos
Iludimos a alma com todo o tipo de invencionice humana
A vida, a humanidade...
Passam longe
Alguns racionalizam
Questionam
Mas não se comem sonhos
Nos dias que passam e nos que virão
Dinheiro
Filosofia
Poder
Arte
Vaidade
Ciência
Sucesso
Espiritualidade
Natureza
Amor próprio
Amor ao próximo
O que é certo?
Onde aprumar o cavalo?
As portas da percepção apontam rumos que nem sempre se pode desfrutar
Pode doer só de pensar
Na alma e na carne
Evoluir a consciência pode condenar ao tormento
Mas é o único caminho
Esta é a verdadeira bravura
A que realmente importa
A desculpa é que somos imperfeitamente humanos
Somos fracos
Temos medo de arriscar
Ou não temos outra alternativa
Não ousamos tentar
Somos um planeta de covardes, acomodados, alienados e aproveitadores
Cá estamos novamente
Calados do lado errado da rua
Na contramão do coração
Mas fazer o que?
O sistema morto é forte
Ninguém é feliz sozinho
Somos a migalha da migalha do cosmos
Nãos nos permitimos sentir o equilíbrio de tudo o que existe
Rompemos a harmonia
Fingimos naturalidade
Heterogêneo fingimento
Arrogância
Egoísmo
Necessidade
Preservação
Ilusão
Não compreendemos que que somos parte de um todo
Que não somos nada e que somos tudo
O sistema vivo
Como compreender?
Como sentir?
No bom sentido
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