segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Coisitas interessantes que escutei em 2011

Chega o final de ano e saem as listas, as retrospectivas... Resolvi publicar a minha também, destacando bons albuns que escutei em 2011. Mesmo sendo um mero mortal, distante dos bastidores midiáticos, dos holofotes da mediocridade ou das personalidades cult, acredito que possa indicar algumas novas sonoridades. Apreciem sem moderação, porque a vida carece de trilha sonora.

Vamos lá, coisitas interessantes que escutei em 2011:

  •  Erland and Carnival - Nightingale

  •  
    Karen Elson - The Ghost Who Walks   
  • Vitor Ramil - Delilab

  • Ghost - Opus Eponymous
  • Primus - Green Naugahyde




  • Vanguart – Boa parte de mim vai embora


  • Sepultura – Kairos
  • Damn Laser Vampires – Three gun mojo

  • Erasmo Carlos – Sexo

  • Graveyard - Hisingen Blues

  • Metallica – Lulu

  • Red Fang - Murder the mountains

  • Rogerio skylab X

  • The black Belles



  • Foo Fighters - Wasting Light

  • Tom Morello - The Nightwatchman
  • R.E.M. – Collapse Into Now

  • Jupiter Maçã - Modern Kid/Calling All bands – compacto  em vinil

  • Autoramas – Música crocante

  • Ape Machine – War to the head

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

As utopias “utopiaram”


foto: Spencer Platt


As utopias “utopiaram”


A casa caiu, a história acabou, o sol se foi, os cartuchos molharam, a vaca morreu, a fonte secou e a pobre da Fênix, cansada de tudo, fugiu. Deve estar agora sentada no anel de saturno, tomando sol, bebendo um mojito e esperando o fim de tudo chegar. Simplesmente podem não existir mais esperanças para a espécie humana.

Ou você tem alguma solução real para as favelas do Brasil?

Ou você acha que os políticos bonzinhos vão começar a investir em edução e trabalhar realmente pelo desenvolvimento justo do país?

Ou você acha que algum poderoso corrupto será preso?

Ou você consegue convencer as mega-corporações a valorizarem a vida, preservando o meio ambiente e respeitando pessoas, não fazendo apenas apologias à uma sustentabilidade de faz de conta?

Ou você acha que algum dia Maurício Baia ou Céu serão mais valorizado que o Latino ou Luan Santana?

A base da cultura nacional atual é produzida por pessoas que mal sabem ler, que agem sem responsabilidade social alguma e que geram uma legião de fãs babacas que acham maravilhoso rimar promiscuidades, exaltar o alcoolismo e rebolar a bunda. A educação para quem não tem dinheiro, salvo raras exceções, é esdrúxula. A democracia existe, mas o desejo do homem é manipulado pela mídia. A competição por fiéis e lucro tem feito com que a maioria das religiões mais afastem do que aproximem as pessoas. Para auto-realização, é preciso consumir e, para isso é preciso competir. O capitalismo considera sucesso quem consegue ter uma vida prazerosa e rica, mesmo que para isso ele seja desonesto ou desumano, explorando mesquinhamente o trabalho dos outros, gerando sofrimento para famílias inteiras em troca de seu conforto.
Desenvolvemos uma sociedade, injusta, falsa, destrutiva e excludente.
Nosso estilo de vida conduz ao caos, somos maus, hipócritas e tapamos o sol com a peneira. Talvez quando nossa espécie humana chegar ao fundo do poço, quando estivermos comendo os últimos insetos da face da terra e bebendo a própria urina... Talvez, quem sabe, surja um lampejo iluminado, que guie a consolidação de uma sociedade amorosa, solidária, igualitária e equilibrada com o meio ambiente.
Portanto, nobre humano, curta o seu futebol e a sua novelinha até que este dia chegue ou mexa agora o traseiro da poltrona e tente fazer alguma coisa pelo futuro da sua humanidade.


quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Depois me chamam de radical



Depois me chamam de radical
Estamos deixando um belo legado cultural para o futuro.
Letras, poesias, construções musicais magnânimas... símbolos da nossa geração.

Confira abaixo a letra do novo sucesso de Michél Teló:

* Detalhe é uma música sertaneja eletrônica universitária,. Como será batizada? Tecnobrejo MBA?

Tudo o que eu quero ouvir:
Eu te amo e open bar
O, o, ooô
Eee, eê
Eee, eá
Tudo o que eu quero ouvir:
Eu te amo e open bar
Eee, eê
Eee,
Tudo o que eu quero ouvir:
Eu te amo e open bar
Eee, eê
Eee, eá
Tudo o que eu quero ouvir:
Eu te amo e open bar
Eee, eê
Eee, eá
Tudo o que eu quero ouvir:
Eu te amo e open bar
O, o, ooô
Eee, eê
Eee, eá
Tudo o que eu quero ouvir:
Eu te amo e open bar
Eee, eê
Eee, eá
Tudo o que eu quero ouvir:
Eu te amo e open bar
Eee, eê
Eee, eá
Tudo o que eu quero ouvir:
Eu te amo e open bar
Eee, eê
Eee, eá
Tudo o que eu quero ouvir:
Eu te amo e open bar
O, o, ooô
Eee, eê
Eee, eá
Tudo o que eu quero ouvir:
Eu te amo e open bar
Eee, eê
Eee, eá
Tudo o que eu quero ouvir:
Eu te amo e open bar

Sim, é só isso!
Minha cachorra Gaya consegue fazer versos melhores.
Tudo o que eu queria ouvir
Michel Teló Jaz aqui 


       Para aliviar tamanha descarga poética (a palavra descarga serve perfeitamente para a ocasião), confira o vídeo abaixo, simplesmente genial.
          Foi fisgado do godardcity.blogspot.com do ilustre Rogério Skylab.


         




quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O mundo é meu



O mundo é meu!
Uma singela crônica contemporânea

Certa feita, na rodada final de um carteado no porão escuro de um bar qualquer, fui agraciado com um pacote turístico cósmico, com a chance paradoxal de viajar por planetas distantes. Avistei as montanhas de marte, esquiei nos anéis de saturno, sofri uma insolação em Mercúrio e aproveitei uma imperdível promoção intergaláctica na estrela de Ômega Delta 5, onde comprei dos camelôs venusianos um “raio vulcanizador universal trifásico”, uma poderosa arma com grife que vem embutida num satélite da Google Earth (pra coordenar em quem você quer atirar do espaço) e uma armadura feita com o mesmo e indestrutível metal das facas guinsu (aquelas da televenda), o que me permitiu dar início ao magnânimo plano de dominar o mundo.
Pensei cá comigo, hoje o Brasil, amanhã o mundo. Na minha estratégia filosófica de alcançar o cargo de “Gran Chefe Mor Jedi Imperador Rei PHD do Universo”, julguei ser coerente começar por aqui, por casa, passo a passo, botando ordem no lar primeiro, ensaiando a conquista do planeta. Comecei lavando a louça da pia e logo em seguida dominei todos os lideres nacionais e assumi o controle do país. Quem desacatasse minhas ordens teria sua cabeça pulverizada pelo meu poderoso raio. BZZZZZZZZZZZZZZZZ
Pois bem e agora? O país em minhas mãos, o que fazer?
Dizem que o poder corrompe. É exatamente o que aconteceu. Aguçou o meu radicalismo extremista, a minha fúria de guerrilheiro xiita e motivou o exercício antidemocrático de minha particular loucura ditatorial.
Pois bem, vamos as novas regras:
- Nas terças todos deverão vestir somente roupas colantes amarelas. Brincadeira, é apenas uma piada. Essa falsa regra foi só para assustá-lo e depois fazê-lo rir, para quebrar o gelo inicial da tomada do poder. Agora está valendo:
- Pessoas mal educadas, negativas e estressadas não podem sair de suas casas. É cárcere privado mesmo. Se botarem o nariz para fora da porta é raio na cabeça. Isso também serve para pseudo pais que não botam rédeas em seus filhos, estabelecendo os limites necessários e que não continuam em casa o trabalho de educar da escola.
- Qualquer forma de preconceito ou discriminação será punida com chibatadas em praça pública, a reincidência acarretará em castração com marreta.
- Qualquer cidadão maior de idade envolvido em caso de corrupção será perpetuamente proibido de usar roupas. Terá todos seus bens confiscados, documentos anulados, será marcado a ferro e exposto nos zoológicos.
- Quem não possuir formação de nível superior qualificada e senso de coletividade estará veementemente proibido de instalar som automotivo em seus veículos e de organizar festas.
- A regra acima também vale para candidatos a cargos públicos, que ainda deverão passar por uma prova seletiva, comprovando conhecimento técnico, que sabem elaborar projetos, que são humanizados e capacitados para a gestão comunitária.
- Cantores, músicos e produtores de sertanejo universitário, funk, axé, pagode, emo, lambadão, eletrônicos de baladas, Big Brothers e afins popularescos e comerciais serão encaminhados para cirurgia de lobotomia a esterelização.
- Apresentadores de rádio, de TV e jornalistas que não primarem pela educação, pela cultura e pela ética serão banidos p. escavações em minas de sal.
- Quem jogar lixo no chão ou não providenciar adequadamente o seu despacho para tratamento, deverá comer todo o detrito gerado de forma irresponsável. Obs.: pode usar catchup e maionese no processo degustativo.
- Quem citar Clarice Lispector ou Caio Fernando Abreu no Facebook terá que tatooar uma sereia na bochecha. Aliás quem citar qualquer coisa copiada da internet, cujo o livro não tenha sido devidamente lido pelo publicante será castigado.
É uma realidade fascista, utópica, fantasiosa, demente... Apenas uma grande piada, um ensaio insano. Mas tome cuidado, o futuro é incerto, imagina tudo mudar de repente e você estar desprevenido? Aí BZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ.



terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Florbela



Florbela

Nem a mulher mais linda do Charlie
Autografou o caderno rosa de Hilda
Jim morreu da mesma forma que o Lord
Dizem que trocam percepções
E tossem sangue na taverna
O nome do lugar é The end
Talvez pelos gatos e corvos do Edgar
Mário dá uma colorida nas quintas
Nos quintanares ele passarinho
E Carlos fala sério, de amor e verdade
Como uma estátua a beira-mar

Nem a música mais estranha do Arnaldo
Faz brotar o sol noturno do Paulo
Ismaila pulou e nem disse tchau
Tudo é uma metáfora
Bradou o exilado Pablo
O retrato de Oscar era belo
Mas demasiadamente convencional
Mas viver não é preciso
Afirmava o português navegador
E o velho Mano dos pampas
Hoje é o rei do chucrismo meridional

Florbela!
Espanca!
Florbela!
Espanca!
Vida ao avesso, vida em versos
Pura poesia visceral
Essa é a rima mais bela ...
                                                   ... Ou não!



 

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Tipo Bukowski




Tipo Bukowski

As vezes escrevo coisas para agradar as outras pessoas.
As vezes escrevo coisas para me agradar.
As vezes escrevo coisas para desagradar todas as pessoas.
E são justamente essas as coisas que me agradam mais.