quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

As utopias “utopiaram”


foto: Spencer Platt


As utopias “utopiaram”


A casa caiu, a história acabou, o sol se foi, os cartuchos molharam, a vaca morreu, a fonte secou e a pobre da Fênix, cansada de tudo, fugiu. Deve estar agora sentada no anel de saturno, tomando sol, bebendo um mojito e esperando o fim de tudo chegar. Simplesmente podem não existir mais esperanças para a espécie humana.

Ou você tem alguma solução real para as favelas do Brasil?

Ou você acha que os políticos bonzinhos vão começar a investir em edução e trabalhar realmente pelo desenvolvimento justo do país?

Ou você acha que algum poderoso corrupto será preso?

Ou você consegue convencer as mega-corporações a valorizarem a vida, preservando o meio ambiente e respeitando pessoas, não fazendo apenas apologias à uma sustentabilidade de faz de conta?

Ou você acha que algum dia Maurício Baia ou Céu serão mais valorizado que o Latino ou Luan Santana?

A base da cultura nacional atual é produzida por pessoas que mal sabem ler, que agem sem responsabilidade social alguma e que geram uma legião de fãs babacas que acham maravilhoso rimar promiscuidades, exaltar o alcoolismo e rebolar a bunda. A educação para quem não tem dinheiro, salvo raras exceções, é esdrúxula. A democracia existe, mas o desejo do homem é manipulado pela mídia. A competição por fiéis e lucro tem feito com que a maioria das religiões mais afastem do que aproximem as pessoas. Para auto-realização, é preciso consumir e, para isso é preciso competir. O capitalismo considera sucesso quem consegue ter uma vida prazerosa e rica, mesmo que para isso ele seja desonesto ou desumano, explorando mesquinhamente o trabalho dos outros, gerando sofrimento para famílias inteiras em troca de seu conforto.
Desenvolvemos uma sociedade, injusta, falsa, destrutiva e excludente.
Nosso estilo de vida conduz ao caos, somos maus, hipócritas e tapamos o sol com a peneira. Talvez quando nossa espécie humana chegar ao fundo do poço, quando estivermos comendo os últimos insetos da face da terra e bebendo a própria urina... Talvez, quem sabe, surja um lampejo iluminado, que guie a consolidação de uma sociedade amorosa, solidária, igualitária e equilibrada com o meio ambiente.
Portanto, nobre humano, curta o seu futebol e a sua novelinha até que este dia chegue ou mexa agora o traseiro da poltrona e tente fazer alguma coisa pelo futuro da sua humanidade.


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