quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Desconforto


Tenho andado um pouco solitário
Tenho andando meio só
Não me sinto muito bem
Meus pensamentos derretem feito margarina ao sol
Cercado de paredes vivas
Que respiram ares que não são meus

Eu sigo em frente
Vago pelas casas como um fantasma
Mas não assusto mais ninguém
Atravesso cômodos silenciosos
E como o silêncio dói

Nó na garganta
Mente inquieta
Demônios assoviando
Unhas cheias de terra
Agarrando com força as raízes do chão
O que restou

O limbo deseja e seduz
Atrai e alimenta-se do espirito
Suga com voracidade
Devora almas e cospe lágrimas
Mas meus dedos fecham firmes
Me seguro e nego a rendição

Tenho te deixado solitária
Tenho te largado só
E não me sinto nenhum pouco bem
Meu peito amarga feito bitter com jiló
O ar que se respira é tóxico
Murcha os sonhos no quintal

Mas as raízes ainda são fortes

Nenhum comentário:

Postar um comentário