sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Sem educação e cultura não há futuro




É função do governo criar alternativas sólidas para que as pessoas consumam conteúdos educacionais, artísticos e midiáticos significativos para o desenvolvimento da nação. Governantes que não pensam assim vão contra qualquer forma de progresso real para a sociedade brasileira.

Esse é o único discurso transformador viável e concreto. Qualquer outra proposta de política pública que fuja destes princípios é um engodo. Apenas paliativos para maquiar as mazelas sociais. No máximo amenizarão problemas existentes, mas jamais os resolverão ou consolidarão uma nação forte.

O capitalismo prega que os cidadãos são livres para competir, que cada um, através de seus méritos e dentro das normas legais estabelecidas, pode lutar para conquistar o seu lugar ao sol na sociedade. Sim, cada indivíduo deve batalhar pela sua evolução intelectual, pela sua ascensão social, mas como se existe uma gigantesca desigualdade social e se a população brasileira por décadas foi condicionada ao entretenimento e a acomodação, sendo alienada pela mídia e tendo acesso há um ineficiente sistema educacional? O sonho da maioria dos brasileiros é ser rico, alegre, adequado aos padrões impostos de beleza e possuir status, somente isso. As estruturas de poder parecem desejar que a população continue escravizada como árduos trabalhadores do capital, muitas vezes em condições deploráveis de subexistência, ou como pacatos cidadãos que não questionam e não exigem melhores resultados das forças políticas ou, ainda, que se transformem em marginais que infringem as leis. Educação e cultura: todos são vítimas da falta de políticas públicas nesse sentido.

A educação precisa ser qualificada, com professores melhor remunerados, avaliados constantemente e com liberdade de atuação. A leitura precisa ser incentivada diariamente com projetos, campanhas e livros e revistas baratos. É preciso mais espaço na TV e nas rádios para debates sérios sobre o futuro do país, e em horário nobre, mais espaço para a boa arte nacional, como a música e o cinema alternativo, por exemplo, projetos de rígida defesa das culturas regionais, um jornalismo livre e conscientizado, totalmente independente das forças econômicas e de idolatrados heróis nacionais que sejam exemplos de ética, inteligência e empreendedorismo e não exemplos de malandragem, sexismo e ignorância, como acontece no atual contexto brasileiro.

Isso não surgirá sozinho, com a sociedade livre como a conhecemos. A realidade, orientada pelas leis do capitalismo, será cada vez mais “idiotizadora”, pois só visa lucro, diversão e controle das massas. É impossível fomentar uma cultura forte, ética, pesquisadora, criativa, que busca e valoriza a intelectualidade, a arte e que seja capaz de alavancar a consciência crítica e a economia do país de outra forma. Sem esta sonhada cultura o país não será realmente competitivo, nunca.

Não se dá o peixe, se ensina a pescar. Pessoas fortes, batalhadoras, humanizadas e que busquem uma qualidade de vida coletiva para todos os membros da sociedade é um valor cultural que pode ser incrustado na alma do brasileiro e com certeza transformaria o país na sua essência em algumas décadas.

Resumindo: o governo é obrigado a, com muito empenho, empurrar educação, cultura, ética e senso de coletividade na população ou o país nunca vai mudar. 

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