Primeiro poema mais ou menos decente que escrevi, ainda no início da Faculdade, há uns 12 anos pelo menos. Foi publicado em coletânea da Prefeitura Municipal de Soledade-RS.
Onde estão meus irmãos que tanto
sofrem?
Sofrem os mesmos prantos que eu diante da parede de pedra
Minha garganta dói de tanto gritar
Minhas mãos sangram solitárias nesse
desleal cabo de guerra
Se lágrimas rolarem pelo meu rosto não
me envergonharei
É a mais pura emoção vazando de meu
peito
Meus sonhos explodindo em meus olhos
Apenas deixe-me um pouco sozinho para
que eu possa me recompor
Às vezes penso em desistir
Meus pensamentos parecem estar me
traindo
Como todos os cegos que me cercam
Infelizes, mergulhados na amargura
Aguardando o tempo passar para morrer
E sob a terra se decompor
Ficarão podres como suas almas
Que não souberam lutar para em
plenitude viver
As folhas do calendário vão caindo
Enquanto o pêndulo do candelabro balança
numa suave dança
Marcando compassadamente a evolução do
mundo
Acentuando a ilusão de liberdade
Onde leões são os donos das selvas
Pela maldade do ser
Pela imparcialidade do ser
Pelo medo de perder o que não se tem
Irmãos! Pelo amor de Deus!
Juntem-se a mim nessa jornada!
Estas mãos cansadas já não suportam o
peso da espada
Será que minha luta vai ser em vão?
Se marchássemos abraçados
Pelo menos uma vez
Pelo menos uma vez
A parede de pedra iria tombar perante
nossos olhos
Nossos filhos só iriam conhecer suas
ruínas
Nas páginas de história de um livro
qualquer
Gritarei enquanto houver voz em minha
garganta!
Meus gritos indignados ecoarão na
escuridão
Gritarei enquanto houver...
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