segunda-feira, 29 de julho de 2013

Universo paralelo


O mundo real era insuficiente para nós
Para sobrevivermos
Para que sonhos florescessem...

Precisávamos da realidade alternativa
De ares mais puros
De um jardim maior
De taças diferentes
De venenos mais quentes
De olhares menos pesados sob nosso ombros
De coloridos menos artificiais
De novos caminhos
De velhos caminhos
Dos caminhos que quiséssemos
De nossa pureza
Precisávamos de nós

E nós conquistávamos isso em algumas noites

Uma antiga mesa de madeira
Algumas garrafas vinho
Cigarros, banquetes, arte e filosofia
Um local aconchegante para deitar
Olhares, beijos e pele... Noites de poesia, noites de calor
Escolhíamos a dedo nossas excêntricas sonoridades
Navegávamos pelos mares de nossos almas inquietas
Em noites tempestuosas ou estreladas com a mesma intensidade

Chegou a hora
Bata a porta da frente
Arranque os fios da campainha
Passe correntes e cadeados
Esqueça tudo e venha comigo
Pode ocorrer um tsunami lá fora
Mas aqui dentro salvos estamos
Livremo-nos dos relógios, celulares e vícios modernos
Desconectamo-nos para nos conectarmos

Agora nada mais existe
Travamos os ponteiros do relógio
Freiamos os ventos
Abrimos uma fenda no tempo
Universo paralelo
Aí vamos nós!

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